segunda-feira, 26 de novembro de 2012

momento certo

MULHER ESCREVENDO À MESA, 1905, ÓLEO SOBRE TELA DE THOMAS POLLOCK 


Agora sim
seria um bom momento
para nascer um poema
Que é quando estou
no chão
sem entendimento
sem juízo
e sem sorriso
É nesse exato momento
a ocasião propícia
em que haveria de nascer
um poema
ou uma oração
Nesse tempo
de retratos rasgados
restos esparramados
lágrimas escorridas
pedaços de vida
Neutralizada
pela sanha
e a abissal
incompreensão
É não atinar
como levantar
o resto das manhãs
e viver
Digam-me se não é o instante
certinho
de um poema aparecer?

11 comentários:

Mateus Medina disse...

É um instante certíssimo. Um dos instantes certíssimos, já que a poesia tem muitas caras e muitos instantes...

Mas, quando é assim "Nesse tempo
de retratos rasgados
restos esparramados
lágrimas escorridas
pedaços de vida" Parece um daqueles instantes mais que perfeitos...

bjos

Anônimo disse...

Mais um celeiro de lindos poemas.

Parabéns!

Toninho disse...

É bem verdade que eles fluem belamente em meio esta avalanche e voce elegantemente se inspirou para o convite. Sempre uma bela construção amiga.
Estava sumido daqui,bom voltar e sentir a força da sua poesia.
Meu terno abraço de paz e luz.
Linda semana.
Bjo.

Anônimo disse...

Só quando a semente morre é que germina...

Intensidade à flor da pele em tua poesia.

Abraço!

Tania regina Contreiras disse...

O momento foi ideal: nasceu o poema! E há tantos outros momentos, mas esse foi perfeito. Um parto suave.
Beijos,

Eraldo Paulino disse...

Eu já não tenho palavras pra dizer que amo o que consegue fazer com o teu batom. Por mais que sempre pinte de vermelho, sempre fica com um brilho diferente. Deve ser porque não entendo de maquiagem... mas... peraí... de batom até que eu entendo, acho rs

Bjs no batom!

Bípede Falante disse...

Perfeito!
Nasceu forte e firme :)
Beijoss

Mário Lopes disse...

Amas as palavras. O papel é o teu chão. As lágrimas a chuva. E do chão sabes que se levantam as árvores. Dizes cerejeira. Aproximas-te da infância. O azul fere o verde das pupilas. Choras: as manhãs claras já foram há muito tempo e as aves já passaram a caminho do sul. Mas sempre trouxeste, secretamente dentro de ti, o canto das fontes. Ou o pranto. Choras. Assim voltarás a nascer uma outra vez, disse um poeta. Como o poema daquela manhã, quando te levantaste e não reparaste que ele se levantou contigo, e juntos num só, dobraram a esquina.

Poeta da vida, poeta de todos os momentos, poeta única. Assim és. E serás. Linda.

Beijo.

Cris de Souza disse...

parece que um bom poema aparece quando dele se esquece.

beijo, rou rou!

na vinha do verso disse...


e é com ele que renascemos

belo poema
belo blog

parabéns pelo espaço/tempo poético

abs

Marisete Zanon disse...

O poema nasce a qualquer instante, aparece até mesmo para surpreender os poetas.
Mas a oração e o poema convém sempre.
Um beijo e uma bela semana!