segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Avilte

Caravaggio

Não mereço 
crédito
Não me dêem 
ouvidos
Nem confiem
em tudo
o que digo 
que sinto
Indignamente
atrás de poesia
escarafuncho
doloridas
lesões alheias

Eu minto...


sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Então eu cantei no "Programa do Jô"...



Hoje, sem poesia, compartilho com meus amigos esse momento, cantando com a Big Band Metalmanera.
Experiência mais que divertida!

Programa do dia 25/11/2010

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Imagem livre do google

Pensando demais no não estar. Eu ando assim. Pensando.

Na insuficiência de estar viva e na inexplicável razão da existência. Resistência.
Desalentada de tudo, eu ando. Desmesuradamente sem quereres e sem vontades. Desalento.

Quase querendo que o mundo acabe, que tudo acabe. Quase. E com ganas de me morrer em algum estado de desfazer, diluída de tanto que a alegria se ausentou em mim e de todas as coisas que fugiram junto. Enquanto a tristeza sentiu-se em casa, com endereço fixo e tudo. Tristeza em mim.

Paralisada num tempo que se fixa num “beco” entre o tempo da sabedoria e da insensatez, estou e não estou. E não me movimento para lugar nenhum. No aguardo de nada e sem seivas, não almejo. Tão sem vontade... Tão.

Antes, ainda extraia algum prazer da melancolia. Carregava um mórbido “gostar” da tristeza, que entremeava com meus anseios que já hoje me abandonaram. Tudo me tem abandonado. Abandonada.

A diva de mim encarquilhou e a menina de mim está paraplégica. Até o drama pretensioso, que me fazia, de certa forma, intensa, estanquiu-se. Se antes a alternância de sentires, me dava ao menos a possibilidade de momentos distintos, hoje oscilo numa temperatura entre o frio e o mais ou menos frio. Arraigado em mim. O frio.

Divido-me entre o esforço levantar-me para viver e a vontade de deixar para lá. Nem viver. Nem.

Contudo, é necessário se querer viver. É fundamental. Vital? 

Uma família eu tenho. Uma mãe e amigos. Tenho. E um lar para cuidar. Um trabalho eu também tenho. E roupas e alimentos. E gente que precisa de mim.
Só não tenho o experimento de estar viva. Sem gosto, apenas levanto-me todos os dias, e lá vou eu. Por precisão. Eu tenho.

Não que importa se eu gosto ou não do meu trabalho, se eu amo ou não minha família. Não é isso... Apenas que nada mais me arrebata nessa vida. Nada.

Sem motivação e sem encantamentos, nem sinto alegrias em lugar nenhum. Alegrias. Nem pequenas, nem grandes. Não me recordo mais de como era. Alegria.

Tento exercitar pensamentos bons, pois que por instinto de sobrevivência, eu busco sair desse Purgatório. Pensamentos...

Até a ilusão se foi, e sinto-me amarrada a um presente sem futuro, perpetuado numa mesmice envelhecida e desesperadoramente solitária.

A minha falta de vontade é tão, mas tão enorme que quase que se transforma em não estar. Tanto faz. Tudo tanto faz. Tão tanto faz...

Não me encontro em mim. Não estou em lugar nenhum aqui dentro.

Acho que roubaram minha alma.

Que coisa esquisita me tornei. O oposto de um fantasma.

Um corpo sem alma.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Oba! Dia de presentes!

Olha eu na caricatura de Eduardo P.L  http://vtmadaquinta.blogspot.com

Eu adorei!

Recebi um selo do querido Eraldo - http://eraldopaulino.blogspot.com/


Gestos amáveis, que fizeram meu dia muito mais feliz!
Obrigada!

domingo, 14 de novembro de 2010

Tesouro




Tanto sou aturdida
quanto ingrata
Temo a palavra
de prata
a que recorro
Peço socorro
Recuo inerme
Sucumbo à dor
iminente
de exprimir-me
Ponho-me a suplicar
com plena noção
do que perco:
- Deus
dá me o ouro
do silêncio.
Cala minha alma.

Diamantes e pérolas que se acrescem ao tesouro:

Pois não se apegue à pratas nem a ouros
Desejos mouros
Deixa que sua alma, nua
Flua ...
E encontrará seus tesouros.
Flávio Ferrari


Como fiquei embaixo dos amores 
fico também com o diabo 
que paga em prata e a vista 
os nossos versos pecadores!
Fouad Talal

E quão mais a alma cala,
mais fala - que o silêncio
não é ausência de dor,
mas excesso de amar...
Jorge stark 

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Constatação



A primavera
me desperta uma saudade
do que eu nem [h]era.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Resto



Não houvera antes
desejos viajantes
Quando os meus versos
eram todos para ti
Incide que hoje
ando desmantelada  
e faltosa de lirismo
Resta-me anódinos
e humanos anseios
disparatados
e fragmentados
Houvera antes um poeta
Resta hoje
fantasmas
da poesia de mim.