quinta-feira, 30 de julho de 2009


Foto montagem
Queria cantar um canto lenitivo
Que curasse a tua alma e a minha
Mas diante desse infinito oco me pergunto: P
orque é mesmo que estamos vivos?
.

terça-feira, 28 de julho de 2009

São Jorge

Vejo a lua
que míngua
como o dragão solitário
Sem Jorge
que abandonou
seu destino
e foi sonhar outro sonho
montado
em um cavalo
marinho...


segunda-feira, 27 de julho de 2009

Sonetinho astrológico

montagem - google

Resolvi fazer soneto a um bardo
Para dizer que não trovas em vão
E meu coração com todos os fardos
Elege “um muso” de inspiração

É que pertenço ao signo de Libra
Ele é de Gêmeos e eu me confundo
Cada prato meu se desequilibra
Quando “seus dois” farseiam no meu mundo

Então faço piadas, brincadeiras
Para ocultar a real importância
Ao que tem força intensa e verdadeira

O poeta disfarça a elegia
Enquanto finjo que não reconheço
Sublime a sedução da poesia.
 

sábado, 25 de julho de 2009

Três a Zero

os três macacos sábios


Eu canto e você não ouve
Eu sambo e você não vê
Escrevo e não me responde

Por que ainda quero você?
......

quinta-feira, 23 de julho de 2009

inerte

imagem do google
Dissipo-me nas sazonais calmarias, onde evaporo, desfaço e perco a fibra da luta. Espécie de diáspora de meus sentimentos que dispersam, migrando do meu coração para o resto de mim. Perdendo-se. Nesse tempo não quebro paradigmas, que é o que tanto gosto. Acomodo-me e isola-se o demente que mora em mim. Não assolo nem reverbero. Meu demente era contente, mais anjo torto que demônio. O louco a me motivar, o Dom Quixote da minha alma. Diversidade é fundamental para o manejo da minha existência e quando o meu louco está preso, minha alma diluída não aceita gradações, modulações na palheta. Fica ela limitada, nebulosa, descorada. É quando a criatividade recua assustada e vai se esconder entre as vísceras, enclausurando-se, escondendo-se da paz. Desgraçada de mim quando me abandono assim. Fico eu nem infeliz nem nada, pois em partes, não conto a soma total de mim e, portanto faltam pedaços e o quebra-cabeça incompleto sequer insinua o esboço da batalha que posso lutar. Não me alegram calmarias, não gosto desses tempos de falsa bonança, onde enfileiram-se as facetas previsíveis de mim. Temo gostar das abissais ventanias, os tempos de tempestade em que meu louco varia e meu demente cria e eu me completo total. Inteira e heterogênea me adenso e me multiplico, complico e me fortaleço. Refaço-me multicolorida, reagrupo meu exército, monto meu Rocinante e saio por aí a lutar com moinhos de vento.
 

quarta-feira, 22 de julho de 2009

vera C idade

Foto de Adriana Tatini
Li outro dia uma crônica do Veríssimo - obviamente o filho - que falava de duas amigas conversando ao telefone.
O assunto era sobre um encontro de uma delas, que tinha sido um fiasco, pois o pretenso namorado no afã do desejo, quase estourou a prótese de silicone das nádegas e seios da dita cuja. Mordeu seus lábios num beijo mais ardoroso e o preenchimento quase foi danificado. Suas lentes de contato verdes caíram quando ele apertou seu rostinho encantador, o que ainda amassou seu botox. Além disso, no “amasso”, o arranjo de cabelo postiço, despencou.
Depois de tudo, o cara “brochou” e as duas concluíram que ele era “viado”.
Estava no banho, quando me lembrei do texto e comecei a divagar sobre o assunto. Isso não tem nada a ver com o assunto, mas “viajo” muito quando estou sob um chuveiro.
Tenho tentado manter a naturalidade, e ser, como me diz a Dag, minha querida amiga e massagista “naturalmente bela”.
Gente! Tá difícil!
Depois dos quarenta, a coisa começa a “pegar”. São ruguinhas que não param de aparecer, a pele já não tem mais o mesmo viço, e confesso sem pudores que muito sou preguiçosa para ginástica.
E depois, quem foi que disse que "malhar" é natural? Ficar andando um tempão numa esteira que me leva de nada para lugar nenhum, puxando ferro feito um halterofilista narcisista ou alongando feito um gato sonolento...
Estou mais para ter uma hérnia de disco de ficar horas sentada na frente do computador, e ter uma lesão nas mãos de tanto "teclar". E a grande e quase única ginástica que meu corpo faz, é emagrecer ou engordar periodicamente, conforme exercito o fechar e abrir de boca nas refeições.
Talvez até goste de meditação e uma “Yoguinha” de vez em quando, sem grandes esforços...
Não sei mais o que fazer. Juro que estou tentando manter certa dignidade, mas não sei quanto tempo mais vou demorar a aderir à onda do botox, silicone, fio russo e sei-lá-mais-o-quê dos procedimentos que existem por aí. Aliás, preciso começar a me informar.
Mulheres, socorro! Preciso de conselhos femininos urgentes, pois os homens não entendem disso. Eles sempre dizem que quanto mais natural, melhor! Desde que você tenha no máximo 25 anos... Mudando (não muito) de assunto, outro dia ouvi uma frase que dizia que mulheres não envelhecem, ficam loiras! Passei a observar e constatei que é isso mesmo que acontece.
Quando meus cabelos, que nasceram loirinhos, começaram a escurecer, não tive dúvidas e fui imediatamente "fazer luzes"! As mulheres sabem do que se trata. Alguns homens também.
Sei que isso não foi nada natural e “luzinhas-para-cá”, “luzinhas-para-lá”, estou loiríssima, mas bastante preocupada, pois além de ser cotada como menos inteligente, estou entregando a idade.
Não to entendendo!

segunda-feira, 20 de julho de 2009

olhos d'água

A cor que eu vejo
você não vê,
porque sou eu
que olho
os teus olhos
e leio
o profundo
infinito de você.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Cara Cora

Não sou a velha mais bonita de Goiás! Nem do centro-oeste eu sou Nem velha ainda Talvez as vezes enquanto moça... Bonita? Ainda coro se alguém diz E com as faces corais coralíneas deleito-me com a senhora Cara Cora poetiza Namoradeira? Não confessaria como ela
Nem a idade de meus versos Assim fica bem pra nós duas De repente deu-me vontade danada Também de lançar rede na lua E sair catando estrelas...

quarta-feira, 15 de julho de 2009

o dia

Quero a poesia de qualquer maneira com cheiro de tempo poeira e ventania Quero o poema alvoroçando a noite Quero a poesia avassalando o dia E quero o poeta que já não sei mais se o quero mesmo ou só tua elegia Saberei somente ao chegar a hora de encontrá-lo Olhos frente a frente E enfim será então o dia insigne da minha vida Será o dia de rever a mim E nesse dia vingarei os sonhos Compensarei desejos Indenizarei saudades Dissiparei pegadas dos caminhos que viemos E desse dia em diante decretarei o perdão eterno pelas escolhas que fizemos.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

perdas

É tão piegas o desejo que eu tenho Tão leviano meu louco querer Que quanto mais contido eu contenho Toda perdida sinto-me morrer De tão doente agito-me cansada E desisto assim, covardemente. Entrego os meus sonhos ao passado Não resisto e choro amargamente Com tanto a perder e o medo amiúde. Sofro ante a impotência da saudade Desvanece perante o meu silêncio Morrendo um pouco de profunda dor Lado a lado com minha juventude Vejo ir embora o meu único amor...

terça-feira, 7 de julho de 2009

atendendo a um pedido

Hoje vou falar sobre doação de órgãos. Pouca coisa, pois pouco me envolvi com o assunto e confesso, tinha receios infundados e dúvidas, muitas dúvidas a respeito... Lendo a postagem de Leo (leomandok.blogspot.com), cheguei ao blog da Danny que vai ser operada para doar um rim à mãe, e como ela mesma insiste em dizer, não se trata um ato de abnegação e sim de devolver uma parte do que lhe foi dado por alguém quem lhe deu a vida. Quando escrevo, gosto de tempo para voltar e voltar e reler, antes de postar, mas a Danny pediu que escrevêssemos sobre isso em nossos blogs, coisa que o Leo fez da forma louca e linda que ele sempre escreve, que nunca nos dá a certeza do que é real ou ficção, portanto resolvi ser rápida e simples. Perdoem se houverem alguns erros. Danny, a moça do blog purasimpressões.blogspot.com conta que conviver com alguém que está a espera de doação de um órgão, faz dirimir toda e qualquer dúvidas a respeito de ser ou não doador. Não sou de levantar bandeiras, mas transcrevo aqui uma parte do texto dela, que me poupa de mais explicações:
"Acho que cada um de nós faz parte de um todo harmônico. O corpo que eu uso hoje um dia não me servirá pra nada. Nada mais natural do que o devolver pra continuar sendo útil, pra continuar vivo. Até porque a outra alternativa seria virar comida de minhoca e convenhamos que essa ideia não é nada agradável."
Eu concordo Danny, e confesso que se tinha dúvidas, agora já não as tenho e deixarei claro aos meus familiares que sou doadora de órgãos, e que quando eu me for, levem o que precisar, o que servir e o que prestar. A você desejo sorte, pois luz você tem de sobra.

sábado, 4 de julho de 2009

Eu amo...

Antoine Watteau - Cupido desarmado Amo os indisponíveis os inalcançáveis os impossíveis os imperdoáveis os inadequados e os inadmissíveis Os que nunca foram os que não serão os que já passaram e os que passarão Amo o que não virá o que nunca mais voltará Amo até o que não é vivo Amo o irreal o virtual e o antigo Amo o desconhecido e o amigo E amo tanto e amo todos que amo até o que está comigo...